Eu nasci numa querência, com cheiro de tradição
num rancho a beira da estrada, na costa de um capão
assim eu levava a vida, trabalhando de peão
e escramuçando meu pingo, lidando com a criação
/Bate os cascos meu cavalo, nos caminhos da fronteira
quero lembrar tudo isso, num domingo de carreira/
Me criei domando potro, laçando boi na ivernada
tirando leite das vacas, pra minha mãe fazer coalhada
domingo de tardezita, eu saia pela estrada
dando de rédias no pingo, pra ver minha namorada
/Upa, upa, meu cavalo, nos caminhos da fronteira,
quero lembrar tudo isso, num domingo de carreira/
Fazia de tudo um pouco, nunca me apertei por nada
plantava e também colhia, fruto da terra lavrada
e nunca fui preguiçoso, era mesmo do que gringo
dava duro na semana, só folgava no domingo
Eu jamais esquecerei, a velha lida campeira
e meu tempo de rapaz, que se perdeu na poeira
cordeona e violão, chorando numa vaneira
redeios e campereadas, vou lembrar a vida inteira
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